quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

MALUDA – A pintora do abrigo humano

10 DE FEVEREIRO DE 1999Morre a pintora portuguesa Maluda
Janela XXXIII e Janela XXXVIII (Elevador da Bica)
Maria de Lourdes Ribeiro, Maluda, nasce em Goa, antigo Estado Português da Índia, a 15 de Novembro de 1934. Em 1948, muda-se com a família para Moçambique, onde começa a pintar.
Maluda, assina as suas primeiras telas, em 1961 predominantemente retratos, em Moçambique. Forma, com mais quatro pintores, o grupo que se intitula “Os Independentes”, que expõe colectivamente, predominantemente retratos

Em 1963, Maluda viaja para Portugal onde trabalha com o mestre Roberto de Araújo em Lisboa, após receber um bolsa de estudos da Fundação Calouste Gulbenkian.
Ainda, como bolseira da Gulbenkian, vai para Paris onde vive de 1964 a 1967, estudando na “Académie de la Grande Chaumière” com os mestres Jean Aujame e Michel Rodde. Mantém contactos com os artistas Arpad Szènes, Vieira da Silva, Sotto, Piaubert, Pillet, António Dacosta e Cargaleiro e com os críticos Galy-Carles, Guy Weelen, Jean Louis Ferrier, Ringstrom e José-Augusto França.

Maluda, em 1969, tem a sua primeira exposição individual na Galeria do Diário de Notícias, em Lisboa, então considerada local de grande prestígio, onde expõe vários óleos sobre Lisboa. Em 1978, dá início à famosa série de 39 Janelas, começando com “Janela I” de Évora, ficando assim conhecida como a “pintora das janelas”

Em 1979, Maluda recebe o Prémio de pintura da Academia Nacional de Belas Artes de Lisboa e, em 1994, o prestigiado prémio de artes plásticas Bordalo Pinheiro, atribuído pela Casa da Imprensa. Em 1987 um selo da sua autoria (”Quiosque Tivoli”) ganha, na World Government Stamp Printers Conference, em Washington, o prémio mundial para o melhor selo.
“Portel”, pintada em 1986, é considerada uma das suas obras mais importantes e que José-Augusto França elegeria como um dos seus “100 Quadros Portugueses do Século XX” (Quetzal, 2001), afirmando “este quadro atinge um carácter icónico, matriz última de uma pintura urbana” e que se “impõe como realidade plástica autónoma”.
Tem “Baleizão”, como uma das suas obras mais poéticas.Maluda deixou também a sua marca em muitos retratos de gente famosa da nossa praça.

Dizia a grande pintora Vieira da Silva que “Os quadros de Maluda são um hino, um louvor à vida, ou seja à construção do abrigo humano”.
Morre com 64 anos de idade.
Fonte: MaludaBlog
"Portel"-1986

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