Juntamos espigas de trigo (em número ímpar), varas de videira, papoilas, margaridas, malmequeres, alecrim e um ramo de oliveira. Depois de tudo bem laçado e guardado atrás de uma porta, até ao ano seguinte, vamos esperar que alguma força divina nos agracie, durante todo o resto do ano, com pão, azeite, dinheiro e alegria. É assim a tradição nesta vila de Azambuja, quarenta dias depois da Páscoa, na Quinta feira de Ascenção, também, popularmente chamada Quinta-feira da Espiga.
Cada elemento do ramo, que, tradicionalmente, de manhã cedo, rapazes e raparigas vão para o campo apanhar, simboliza um desejo:
As espigas de trigo significam pão, isto é, que nunca falte comida, que haja abundância em cada lar; O ramo de folhas de oliveira, que haja paz, pois a pomba da paz traz no bico um ramo de oliveira ; As flores (malmequeres, papoilas, etc.), que haja alegria, simbolizada pela cor das flores - o malmequer ainda traz ouro e prata, a papoila traz amor e vida e o alecrim saúde e força.
Acredita-se que este costume, nasceu de um antigo ritual cristão, que celebra a ascensão de Jesus ao Céu, depois de ter sido crucificado e de ter ressuscitado. Quarenta dias depois da Ressurreição, Jesus apareceu pela última vez aos seus discípulos, em Jerusalém, e levou-os ao Monte das Oliveiras. No entanto, devido à sua ligação com a Natureza, pensa-se que pode vir talvez de antigas tradições pagãs associadas às festas da deusa Flora e que se mantêm ligadas à tradição dos Maios e das Maias.
É também, na Quinta-feira da Ascensão, feriado municipal nos seguintes concelhos: Monchique, Mortágua, Oliveira do Bairro, Salvaterra de Magos, Santa Comba Dão, Sobra De Monte Agraço, Torres Novas, Vidigueira, Vila Franca de Xira, Alcanena, Almeirim, Alter do Chão, Alvito, Anadia, Ansião, Arraiolos, Arruda dos Vinhos, Beja, Benavente, Cartaxo, Chamusca, Estremoz, Golegã, Loulé, Mafra, Marinha Grande, Mealhada e Melgaço
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